Clientes que usarem o cheque especial com frequência poderão ser beneficiados com linhas de crédito mais baratas. A informação foi divulgada pelo Valor Econômico.

Segundo o acordo que está em discussão entre a Febraban, Federação Brasileira dos Bancos, Ministério da Fazenda e Banco Central, os bancos serão obrigados a oferecer uma opção de crédito mais em conta que o cheque especial para o consumidor. Após a oferta, a migração do cliente será voluntária.

Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, defendeu que os bancos adotem medidas que permitam a redução dos juros. A proposta é que os bancos ofereçam alternativas mais baratas caso o cliente permaneça na linha por mais de 40 dias. Espera-se que essa medida seja anunciada ainda neste semestre. Porém, levará mais tempo para que ela seja adotada de fato, pois, dependerá de investimentos dos bancos para colocá-la em prática.

Juro do cheque especial passa de 300% ao ano

O cheque especial funciona como um limite de crédito que fica à disposição do cliente que gasta além dos recursos disponíveis em sua conta corrente. Por ser de fácil acesso, muitos consumidores optam por utilizar o dinheiro quando necessitam em vez de buscar outras opções de crédito. Porém, paga-se caro por essa facilidade. Em novembro, a taxa de juro médio do cheque especial estava em 323,7% ao ano, uma redução de apenas 6,9 pontos percentuais (ou 2%) em 12 meses, em um período em que a Selic caiu pela metade.

O que está em discussão é que os bancos ofereçam novas formas de crédito para o consumidor endividado. Por exemplo, se a pessoa tem acesso ao consignado, a instituição poderá propor que ela pegue um empréstimo com desconto em folha para, assim, quitar a dívida do cheque especial. A decisão final será do cliente, mas o que o Banco Central quer é que o banco ofereça opções de crédito com taxas mais vantajosas para o consumidor.