A expectativa do mercado financeiro é de que a Selic, taxa básica de juros do país, seja reduzida para 6,75% ao ano. Os juros do Brasil, que sempre estiveram altos, seguem descendo e isso está fazendo com que os bancos ajustem a remuneração de títulos de renda fixa. A informação foi divulgada pelo Estadão.
As condições de remuneração para quem aplica em CDBs (Certificados de Crédito Bancário) e nas letras de crédito imobiliárias (LCIs) ou agrícolas (LCAs) estão melhorando, no entanto, como a queda da Selic está intensa, os ajustes promovidos pelos bancos não conseguem compensar a diferença na prática.
Um levantamento feito pelo aplicativo Renda Fixa mostra que, na média, os bancos elevaram o porcentual do CDI pago aos investidores desde o ano passado. O CDI é a principal referência de remuneração para as aplicações de renda fixa. Um exemplo é a remuneração dos CDBs que no início de 2017 era de 110% do CDI para vencimento em um ano e de 116% para dois anos. Hoje, segundo a pesquisa do Renda Fixa, as taxas são de 119% e 127%, respectivamente.
No entanto, a rentabilidade efetiva é menor. A consultoria Magnetis fez uma situação hipotética. Um CDB que oferecesse 100% do CDI em janeiro de 2017 teria rendido 9,95% ao longo do ano, quando os juros estavam mais altos. Hoje, mesmo com uma taxa elevada para supostos 105% do CDI, a rentabilidade, na prática, em um ano seria de 7,23%.
Aumento da remuneração e redução da aplicação mínima
De acordo com o gerente executivo de captação do Banco do Brasil (BB), Rodrigo Ayub, apesar da redução dos juros, a renda fixa continua sendo uma parte importante dos investimentos dos clientes. No BB, a remuneração das LCAs passou de 77% para 83% do CDI nos últimos quatro meses. Para atrair mais investidores, o banco também reduziu a aplicação mínima de R$ 30 mil para R$ 10 mil.