A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada neste mês, sinalizou a possibilidade de corte de 0,25 ponto percentual na Selic de março. No entanto, esta não foi a opinião de todos os membros do colegiado. Alguns defenderam a manutenção da taxa básica de juros em 6,75% ao ano. A informação foi divulgada pelo Estadão.
Na ata do encontro, está explícita a divergência entre os membros do Copom: “alguns membros manifestaram preferência por elevado grau de liberdade, favorecendo comunicação mais simétrica sobre o próximo passo, enquanto outros propuseram sinalizar mais fortemente a possível interrupção do ciclo de flexibilização monetária e manter liberdade de ação, mas em menor grau”.
Em resumo, as discussões chegaram à conclusão de que a interrupção do ciclo de cortes parece o mais adequado, mas, caso haja mudanças no cenário econômico, essa visão pode ser alterada.
Segundo a economista e sócia da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro, somente uma surpresa para baixo forte na inflação subjacente ou uma improvável aprovação da reforma da Previdência ainda em fevereiro poderiam provocar um novo corte da Selic. Ela explica que o Banco Central colocou explicitamente, no comunicado que anunciou a taxa de 6,75%, uma piora no mercado internacional como fator para interrupção do ciclo de queda.
Taxa real no Brasil é a quinta mais elevada do mundo
No início de fevereiro, o Banco Central (BC) cortou a Selic em 0,25 ponto percentual e chegou ao patamar recorde de 6,75% ao ano. Segundo o BC, esse índice foi definido graças à melhor recuperação da atividade econômica no país.
No entanto, apesar do recuo da Selic, a taxa real no Brasil ainda é a quinta mais elevada do mundo, ficando atrás da Argentina (6,04%); Turquia (5,31%); Rússia (3,68%); e México (3,66%).