Os dois maiores sistemas de cooperativas do país, Sicoob e Sicredi, que detém 85% desse mercado, já apresentam um volume maior de operações de crédito comparado ao do ano passado. Em 2016, o índice ficou em 8% e este ano pode ultrapassar os 15%. As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico.
Segundo a consultoria Roland Berger, o Sicoob teve aumento de 8,4% nas transações de crédito entre janeiro e setembro deste ano. Já o Sicred apresentou crescimento de mais de 15% com essas operações. Esses resultados são bem diferentes da previsão do Banco Central, que prevê que a oferta de crédito permanecerá estagnada em 2017.
Uma explicação para a diferença no volume de operações de crédito dos bancos e das cooperativas é que estas não visam lucro e não têm clientes, mas sim associados. Por isso, conseguem oferecer taxas de juros menores que a dos bancos. O cheque especial, por exemplo, registrou taxa de 12,5% ao ano, em 2016. Já nas cooperativas, a taxa foi de 3,2% ao ano, segundo a Roland Berger. No caso do cartão de crédito, os bancos cobraram 15,9% ao ano e as cooperativas, 8%, uma diferença de 7,9 pontos percentuais.
Cooperativas de crédito em crescente ascensão
Mesmo em um ano de crise econômica, as cooperativas de crédito conseguiram se destacar no mercado financeiro e estão em crescente ascensão em termos de patrimônio, número de operações e número de associados.
Como as cooperativas têm uma proximidade maior com seus associados, elas podem fazer uma análise melhor dos tomadores de crédito e, por isso, o índice de inadimplência é menor do que a média do mercado.
As cooperativas se formaram para atender profissionais específicos como agricultores, médicos e engenheiros. No entanto, como a população tem procurado novas opções de acesso ao crédito, já é tendência o desenvolvimento das cooperativas de livre admissão, que permitem a associação de qualquer pessoa.